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Padre Leonardo Nunes
Personalidades Históricas - Padre Leonardo Nunes

Jesuíta português. Nasceu em Vila de S. Vicente, da Beira, diocese da Guarda, em data ignorada. Ingressou na Cia. de Jesus, no Colégio de Coimbra, no dia 6 de fevereiro de 1548. É provável que fosse um dos sacerdotes convertidos por Nóbrega, quando por ali andou em missões. Destacado para missionário no Brasil, em 1549, foi trazido por Tome de Souza, juntamente com outros cinco religiosos, entre os quais o próprio Manuel da Nóbrega, diretor da missão a estabelecer-se na colônia. Exerceu o apostolado primeiramente na Bahia, sendo depois enviado por Nóbrega a S.Vicente, em companhia do Irmão Diogo Jacome, a fim de iniciar catequese dos índios, e, ao mesmo tempo, chamar de novo a religião o heterogêneo elemento branco da povoação, que naquela fase da conquista procedia com mais selvageria do que os próprios nativos. Como em S. Vicente não havia missionário, o padre Nunes organizou um grupo de pessoas que estivessem aptas a ajuda-lo na catequese. Instalou logo um seminário, que foi o primeiro colégio da povoação, e onde, alem das normas eclesiásticas e do catecismo, ensinava latim e português. Aprendeu a falar o idioma tupi, para melhor comunicar-se com os gentios.


Converteu ao cristianismo numerosos índios e reconduziu a observância da religião muitos dos colonos que se haviam transviado. Conquistou a causa da Igreja o antigo caçador de índios Pedro Correia, o qual chegou a ingressar na Companhia de Jesus, e morreu, mais tarde, martirizado.


Auxiliou na construção da Igreja São João Batista, nas terras doadas de Pedro Correia.


Conseguiu a colaboração ativa de elementos influentes, como Manuel de Chaves, Leonardo do Vale e Gaspar Lourenço. Um dos seus feitos notáveis foi o salvamento, com a ajuda de Pedro Correia, de algumas mulheres de portugueses que haviam sido raptadas pelos tamoios. Tão grande era sua atividade, que num mesmo dia era capaz de visitar vários aldeamentos, as vezes distantes muitos quilômetros uns dos outros. Certa ocasião chegou a ir até a Lagoa dos Patos, para conseguir a liberdade de algumas famílias de fidalgos espanhóis em viagem para o rio da Prata.


Esta faculdade excepcional de locomover-se rápida e prontamente, no meio primitivo e inóspito, fez com que os índios o apelidassem de abareveve ou abarebebê, que em tupi significa padre voador.


Leonardo Nunes era de espírito apostólico resoluto e incansável. Teve papel preponderante na libertação de índios escravizados pelos portugueses, especialmente recompondo famílias indígenas, separadas pela fome escravagista dos colonos portugueses.


Os colonos da aldeia de Conceição de Itanhaém estavam revoltados com a libertação que provocava o padre Leonardo Nunes, causando problemas à agricultura canavieira que começava a florescer às margens dos rios Itanhaém e Peruíbe, nas feitorias de João Castelhano Rodrigues e Pêro Corrêa.


Em 1553, Manuel da Nóbrega, que então já se achava no Sul, enviou-o para o Norte, a fim de trazer dali mais missionários para S. Vicente e povoações vizinhas, as quais cresciam dia a dia.


Nos primeiros dias de Janeiro de 1554, 12 jesuítas, dos quais era superior o padre Manuel de Paiva, fundam uma casa de residência e colégio nos campos de Piratininga. Alguns dias depois José de Anchieta é nomeado regente desse colégio e começa os importantes serviços de instrução e catequese dos índios, que por espaço de alguns anos prestou à Capitania de São Vicente. O padre Simão de Vasconcelos, que escreveu a Vida do padre José de Anchieta, em 1678, e que afirma ter tido à vista as Memórias por este escritas, refere que aqueles padres fundadores da povoação de São Paulo de Piratininga foram:


  1. Manuel de Paiva, superior
  2. José de Anchieta
  3. Gregório Serrão
  4. Afonso Braz
  5. Diogo Jacome
  6. Leonardo Nunes
  7. Gaspar Lourenço
  8. Vicente Rodrigues
  9. Braz Lourenço
  10. Pedro Corrêa
  11. Manuel de Chaves
  12. João Gonçalves, leigo
  13. Antônio Blasques, dito

Em Julho o padre Leonardo Nunes é eleito para ir a Roma informar ao geral da companhia (depois Santo Inácio de Loyola), do estado em que se achavam as missões brasílicas.


Embarcando em Santos, uma tempestade fortíssima abateu-se sobre o navio, dois ou três dias depois da saída, naufragou no dia 30 de junho de 1554 perecendo ele e muitos da tripulação, mas ele permaneceu salvando alguns náufragos e acabou por afogar-se. Antes de morrer, ergueu a cruz em uma das mãos e deixou-se afundar. Do triste naufrágio, sobreviveram muitos, que testemunharam os últimos instantes do Abarebebê.


Leonardo Nunes foi a primeira vítima da Companhia de Jesus na evangelização do Brasil.


Dele diz o padre Anchieta em uma das suas cartas: “Com as pregações e vida exemplar do padre Leonardo Nunes começou Deus a mover e trazer a confissão de seus pecados os moradores d’aquela Capitania, que os mais d’eles trabalhavam por se apartar de seus vícios, uns casando com índias que tinham por mancebas, outros apartando-se d’elas, buscando-lhes maridos, outros vivendo bem em seu estado matrimonial e todos com grande espanto de s.i conhecendo a cegueira em que tinham vivido”.


Leonardo Nunes pode e deve ser considerado o primeiro apóstolo do Estado de São Paulo.


Dele restam duas cartas, ambas datadas de S. Vicente em 1551, uma das quais foi publicada em tradução italiana, em Veneza, 1559.


Quando os jesuítas começaram a trabalhar no Brasil, ainda não estavam definidas as Constituições da Companhia de Jesus. O fim principal da viagem do Pe. Leonardo Nunes à Europa em 1554, era para trazer as Constituições “bem declaradas”. Malograda a viagem, as Constituições SJ só chegaram ao Brasil em 1556.


Fonte:


Agradecimento especial ao Ir. Geraldo de Castro e ao Pe. Pedro Américo Maia da jesuit@provceleste.com.br pela pesquisa colhidas em “História da Companhia de Jesus no Brasil, 1º volume, págs. 252 a 256, de autoria do Pe. Serafim Leite, SJ, 1938, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 608 págs. SCHELSINGER, Hugo, PORTO, Humberto. Líderes religiosos da humanidade. São Paulo : Edições Paulinas, 1986. 2v. T.2 p.1012).


Benedito Calixto

Benedito Calixto, além de pintor, foi um notável historiador, sempre preocupado com pesquisas históricas relacionadas, principalmente com fatos referentes à Capitania de São Vicente. [...]


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