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Pedro Corrêa
Personalidades Históricas - Pedro Corrêa

Jesuíta, um dos mais dedicados apóstolos da fé, que teve a companhia de Jesus na fundação da Capitania de São Vicente. Pedro Corrêa tinha vindo ao Brasil ainda secular, e nesta qualidade adquiriu nomeada como um dos mais famosos conquistadores e cativadores de índios.


A influência da palavra do venerando padre Leonardo Nunes operou nele uma verdadeira conversão, que teve lugar no ano de 1549, e, deixando a vida bárbara que levava, tomou a roupeta, e sob inspiração daquele grande catequista ordenou-se e prestou notáveis serviços à catequese dos índios, sendo um dos fundadores do colégio que a Companhia teve em São Vicente. O seguinte documento, além de curiosamente histórico, confirma as nossas proposições:


“Antonio de Oliveira, capitão e ouvidor com alçada pelo Sr. Martim Affonso de Sousa, governador d’esta Capitania de S. Vicente, na costa do Brasil, etc. Faço saber aos que esta minha carta de confirmação virem, como por Pedro Corrêa, morador n’esta villa de S. Vicente, me foi feita uma petição em que diz, que por Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão, lhe foram dadas umas terras da outra banda d’esta ilha, que é o porto das náos, terra que era dada a um mestre Cosme, bacharel, e outra d’onde chamam Perohybe, e é dez ou doze léguas d’esta villa, das quaes terras elle Pedro Corrêa tinha carta e lhe cahlra no mar, as quaes estavam registradas em o livro do tombo, que o escrivão de datas tem em seu poder; e me pedindo pelas ditas confrontações, que no dito livro do tombo estavam, lhe mandasse passar nova carta das ditas terras que me pedia, mais uma ilha de tres que estão defronte da dita terra de Perohybe para seu aposentamento de carga e descarga das náos, convem a saber: das ditas tres ilhas a maior d’ellas, e visto seu pedido, digo que eu lhe dou a dita ilha que assim me pede, entendendo-se a dada d’ella de hoje em diante, e lhe confirmo as mais terras de hoje por diante, e isto será pelas confrontações conteúdas no livro do tombo, as quaes o escrivão as declarará na carta, assim e da maneira que no dito livro e registro é conteúdo, convem saber: as demarcacões d’ellas, as quaes eu escrivão dou fé e digo ser verdade, que no dito livro do tombo são duas cartas registradas da terra que Gonçalo Monteiro, sendo capitão, deu ao dito Pedro Corrêa, e partem em esta maneira: a 1.ª, que foi dada, que é defronte d’esta ilha e villa de S. Vicente, que era antes dado pelo governador a um mestre Cosme, bacharel, que o dito Pedro Corrêa houve por devolutas;


Começa a partir do porto das nâos, partindo com terras de Antonio Rodrigues até ir partir com terras de Fernão de Moraes, defunto, ou com cujas fôrem d’aqui por diante, e a melhor declaração, assim como se achar que o dito bacharel mestre Cosme partia, porque pelas proprias demarcações que lhe era dada, a deu ao dito Pedro Corrêa, e onde começou a partir, que é no dito porto das náos;


Ficará um rocio de tiro de arco, assim como foi mandado e ordenado pelo Sr. governador, que fique livre e desembargado para quando as náos alli ancorarem. A 2a. terra, que dizem Perohybe foi dada ao dito Pedro Corrêa pelo dito Gonçalo Monteiro, nomeadadamente para elle Pedro Corrêa, e para um seu irmão que esperava vir a esta terra, e que não vindo ficasse toda a elle dito Corrêa, e parte n’esta maneira, trasladado letra por letra do dito registro de terras seguinte:


“Em Perohybe, convém a saber: d’onde foi aldêa dos indios, indo d’esta villa de S. Vicente para a dita aldêa dos indios, Perohybe começa a partir de um regato que está áquem da dita aldêa, que chamam em lingua dos indios Tapyjramma, que é d’esta banda do levante, e da outra banda do poente passando o rio grande que se chama Guaraype, e em nosso nome lhe puzeram Santa Catharina, partindo pelo mar, assim como vai á costa, e pela banda de terra entrará tanto a dentro quanto tem de costa, de maneira que tanto haja na boca pelo mar e costa, como na entrada pela dita terra, as quaes terras dou ao dito Pedro Corrêa novamente, e mais lhe dou a dita ilha que já atraz digo, a qual eu escrivão dou fé, e o dito Antonio de Oliveira, capitão, apresentou á Camara e povo d’esta villa um instrumento publico de poder e procuração, que parece ser feito em Lisboa em os 16 dias do mez de Outubro de 1538 annos, por um tabellião por nome Antonio do Amaral, em o qual disse que dá fé em como a Sra. D. Anna Pimentel, mulher do dito Sr. governador, tem sua procuração bastante para por elle dito o Sr. governador ella fazer o que bem lhe parecer, em administração de suas terras e fazenda, com poder de substabelecer em quem a dita senhora quizer, em virtude da qual substabeleceu ao dito Antonio de Oliveira por procurador em nome de ambos, e o fazem capitão e ouvidor com alçada em toda a dita Capitania, etc. Por virtude da qual dóu as ditas terras e confirmo como dito e no dito Pedro Corrêa, n’esta villa de S. Vicente, aos 25 de Maio de 1542.— Antonio de Oliveira.”


Estas terras doou-as Pedro Corrêa ao cólégio da companhia de Jesus de São Vicente, por escritura de 20 de março de I553, na qual declarou que tinha sido um dos fundadores do dito colégio. (Cart. da Tesouraria de Fazenda, maço 3o. de sesmaria.)


Não sobreviveu muito tempo Pedro Corrêa a êste ato de desinterêsse e dedicação à causa da religião, porque êle e seus companheiros João de Sousa e Fabiano foram assassinados pelos índios Tupis e Carijós nos sertões de Cananéia, em setembro de 1554, quando para ali partiram de Piratininga, em agôsto do mesmo ano, sendo vítimas, segundo refere o padre Simão de Vasconcelos em sua Crônica, do ódio de um castelhano que fôra por êles repreendido pela escandalosa mancebia em que vivia com uma índia.


O cronista Simão de Vasconcelos, que escreveu a vida do padre José de Anchieta, tendo à vista as memórias manuscritas dêste, enumerando os fundadores da povoação de Piratininga, diz o seguinte:


Foi o irmão Pedro Corrêa no século da geração nobre dos Corrêas de Portugal. Passou-se ao Brasil n’aquelles principios da Capitania de S. Vicente, e foi n’ella o mais poderoso dos moradores. Gastou muitos annos de sua vida accommodando-se ao modo de viver do logar, salteando e captivando indios por mar e por terra, de que enriquecia sua casa. Não entendendo a grande injuria que n’isso fazia áquellas creaturas racionaes por natureza livres; antes parecendo-lhe fazia serviço a Deus com capa que entre christãos poderiam reduzir-se, a Christo.


“Chegou áquella Capitania o padre Leonardo Nunes no anno de 1549. E ouvindo Pedro Corrêa sua doutrina e as razões com que estranhava aquelle modo de viver, de saltear, e captivar os indios, como era homem capaz e bem entendido, fez n’elle tanta impressão que deliberou não só deixar o officio , mas. com elle o mundo, e dedicar-se todo a um perpetuo sacrificio, entrando em religião.


“Julgava que só d’esta maneira poderia pagar seus peccados. Tratou com o padre Leonardo, foi d’elle recebido, com effeito, na companhia, e foi semelhante sua conversão á de S. Paulo, porque foi insigne o zêlo com que tratou os indios d’ahi em diante, padecendo pela liberdade de seus corpos e vida de suas almas, fomes, sedes, frios, calmas, malquerenças, perigos de mar e da terra, e todo o genero de trabalhos, com constancia do outro apostolo das gentes. Foi ouvido dizer muitas vezes que não poderia alcançar perdão dos grandes males que tinha obrado contra os Brazis senão empregando-se todo em seu serviço até morrer. Assim o cumpriu, porque cinco annos que lhe restaram de vida foram outros tantos que teve de captivo dos indios.


“Não podem contar-se facilmente os sertões que correu, os mares que navegou, os rios que passou, as brenhas que rompeu em busca de seus amados indios. Passou intrepido aos arraiaes dos Tamoyos, ás terras dos Tupis, de Tupininquins, dos Carijós, suspendeu seus arcos, e muito mais seus corações, o grande espirito e elóquencia de Corrêa. É cousa averiguada que foi o melhor lingua d’aquelle tempo. Di-lo expressamente seu mestre José, e que era tal a corrente de sua eloquencia que em começando a fallar suspendia os animos. Entrava pelas casas dos indios prégando, como entrava pela sua, ainda que fossem gentios. A prégação era commummente de noite, e succedia começar antes do meio d’ella e acabar alta manhã sem que alguem dormisse.


“Com este dom e seu grande espirito não podem reduzir-se a numero os muitos que trouxe de seus sertões ao gremio da Igreja: os muitos que catechisou, que baptisou, que curou e livrou da morte.”


Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos e Noticiosos da Província de São Paulo - Tomo I e II.


Pedro CorrêaA cena passa-se na praia do Guarahú, em frente a Ilha Grande. O famoso aventureiro caçador de índios ouve o padre Leonardo Nunes arrepende-se de seus crimes, liberta os índios entrega todos os seus bens à companhia de Jesus e torna-se também missionário.


Padre Leonardo Nunes

Jesuíta português. Nasceu em Vila de S. Vicente, da Beira, diocese da Guarda, em data ignorada. Ingressou na Cia. de Jesus, no Colégio de Coimbra, no dia 6 de fevereiro de 1548. [...]


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